
Depois
de abater a Petrobras e a Eletrobrás, agora é a vez de a máquina
petista de fabricar prejuízos levar o BNDES para o buraco.” O banco
experimenta do próprio veneno destilado por Brasília, com sua concepção
equivocada do que seja o capitalismo. Com seu balcão de negócios, o
governo do partido mais adepto do Estado forte está produzindo
bancarrotas em série com o dinheiro do contribuinte”, aponta a Carta de
Formulação e Mobilização Política desta quarta-feira (27). São tantos
fracassos nas estatais que o Instituto Teotonio Vilela ironiza: “O PT
criou a Buracobrás.” Leia abaixo a íntegra do documento:
A máquina petista de fabricar prejuízos produziu mais uma vítima. Depois
de abater a Petrobras e praticamente inviabilizar a operação da
Eletrobrás, agora é a vez de o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) ir para o buraco. Sua estratégia de produzir
“campeões nacionais” está se mostrando ruinosa.
Na segunda-feira, o banco divulgou seu balanço relativo a 2012. Seu
lucro caiu quase 10%, na segunda queda consecutiva, segundo O Globo. Não
fosse um artifício contábil, da lavra da infindável criatividade da
equipe econômica do PT, a perda teria sido ainda maior, com redução de
36% na lucratividade.
Mas o pior desempenho se deu mesmo foi no BNDESPar, o braço responsável
pelos negócios da instituição. A subsidiária obteve como resultado em
2012 um lucro de R$ 298 milhões, isto é, 93% menor que o de 2011, que
fora de R$ 4,3 bilhões. Ou seja, foram R$ 4 bilhões a menos de um ano
para o outro.
O balanço explicita os maus negócios em que o BNDES tem se metido, menos
por gosto, mais por imposição de Brasília. Sua carteira de ações caiu
de quase R$ 90 bilhões para cerca de R$ 78 bilhões no ano passado. As
provisões para créditos de difícil recuperação somaram R$ 3,3 bilhões.
Trata-se de dinheiro que o BNDES admite que possivelmente não irá reaver
– e isto é grave.
Os recursos que o banco empresta não caem do céu, não dão em árvore, não
vêm na enxurrada. Vêm em parte de empresas e trabalhadores – uma das
fontes é o Fundo de Amparo ao Trabalhador – ou dos contribuintes em
geral, que bancam os bilionários aportes feitos pelo Tesouro – neste
caso, apenas nos últimos quatro anos foram R$ 285 bilhões.
A lista de operações duvidosas bancadas pelo BNDES é longa. Começa pela
fusão da Oi com a Brasil Telecom, passa pela união de Perdigão e Sadia,
inclui o frigorífico JBS, a VCP, a Aracruz e mais uma série de
companhias eleitas pelo governo petista para serem agraciadas com o
dinheiro do contribuinte. No total, o banco tem em carteira ações de 142
empresas.
Em novembro passado, o Tesouro calculou quanto os empréstimos
subsidiados concedidos pelo BNDES custam aos cofres públicos. Chegou,
oficialmente, à cifra de R$ 20 bilhões até 2015, conforme publicou a
Folha de S.Paulo à época. São, na prática, transferências de renda de
toda a sociedade para os setores beneficiados.
É de se questionar: quanto o consumidor e o contribuinte brasileiro
ganha – ou, mais provavelmente, perde – com isso? Quais benefícios
efetivos a estratégia de produzir “campeões nacionais” bancados por
dinheiro público rende aos cidadãos brasileiros?
No ano passado, dois terços dos recursos liberados pelo banco foram
destinados a grandes conglomerados. Um dos negócios mais ruinosos em que
o BNDES se enfiou recentemente foi o da LBR Lácteos, resultado da fusão
de dois laticínios tradicionais, entre eles a Parmalat. Em janeiro de
2011, lá aportou R$ 700 milhões para ficar com 30,3% da nova empresa.
Mas, em lugar de leite, a LBR produziu prejuízos e, agora, dois anos
depois, o BNDES reconhece que perdeu R$ 865 milhões no negócio micado.
“Como acionista e como financiador, o BNDES tem-se notabilizado pela
seleção de maus negócios ou, simplesmente, pela escolha de prioridades
com escasso ou nenhum significado estratégico para o desenvolvimento
econômico e social do país. (…) O BNDES claramente perdeu o rumo e se
afastou de suas tradicionais funções estratégicas”, opina O Estado de
S.Paulo em editorial em sua edição de hoje.
O que também vem ocorrendo é que a carteira do BNDES, por meio do
BNDESPar, está cada vez mais exposta aos mandos e desmandos do próprio
governo. O banco experimenta, assim, do próprio veneno destilado por
Brasília, com sua concepção equivocada do que seja o capitalismo. Com
seu balcão de negócios, o governo do partido mais adepto do Estado forte
está produzindo bancarrotas em série com o dinheiro do contribuinte. O
PT faz história: criou a Buracobrás.
CRÉDITO: http://blogdoktsantos.blogspot.com.br
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